Superintendente de riscos e economia do Banco Cooperativo Sicredi, Alexandre Englert Barbosa fez uma análise do cenário econômico em evento organizado pela CDL Chapecó e Sicom |
“Vivemos um momento de otimismo cauteloso com relação ao futuro da economia do País. Estamos iniciando uma retomada gradativa após um período de cinco anos de uma crise que desestabilizou o Brasil. O que vem pela frente é melhor do que o que vivemos nos últimos anos”, observou o superintendente de riscos e economia do Banco Cooperativo Sicredi, Alexandre Englert Barbosa, durante o evento “Prato do Dia”, nesta quinta-feira (28). A iniciativa foi da da Câmara de Dirigentes Lojistas de Chapecó (CDL) e do Sindicato do Comércio da Região de Chapecó (Sicom) em parceria com o Sicredi e reuniu empresários e lideranças.
Barbosa fez uma análise do cenário econômico destacando que a origem da crise econômica está no descaso com as contas públicas e os exageros cometidos a partir de 2012. O economista apresentou dados do aumento da dívida brasileira que cresceu de 2013 a 2018 aproximadamente R$ 1,6 trilhão. Mas, segundo ele, somente limitar os gastos públicos não é o suficiente.
“O primeiro e mais urgente passo a ser dado pelo novo governo é a reforma da Previdência que corresponde a 55% dos gastos da União e tem crescido a uma taxa média real de 5% ao ano. Essa reforma é vital para o controle das contas públicas”, disse.
Conforme pontuou o economista, a reforma proposta pelo governo se sustenta em quatro pilares: Combate às fraudes (MP 871); PEC da Nova Previdência; Combate ao devedor contumaz e cobrança da dívida ativa e Projeto de lei para os militares.
Salientou, ainda, que a comunicação com a população será fundamental e terá como foco o combate aos privilégios. A proposta é ampla e abrangente, aproximando regras para regimes público e privado. “Os principais desafios na reforma da previdência são a comunicação e articulação com o Congresso Nacional o que será um desafio para o governo de Jair Bolsonaro”.
Para Barbosa, os investimentos privados serão retomados assim que as reformas estruturantes da nova administração federal forem aprovadas. Isso dará confiança aos investidores internacionais a trazerem capitais financeiros para o Brasil.
De acordo com o presidente da CDL Chapecó Clóvis Afonso Spohr, o comércio foi um dos setores que mais sente os reflexos da pesada crise econômica, principalmente em decorrência da redução nos postos de trabalho o que refletiu no consumo da população. “Estamos otimistas com as mudanças previstas pelo novo governo, mas ficaremos vigilantes e atentos para cobrar as melhorias necessárias”.
O vice-presidente do Sicom Ricardo Urbancic salientou a importância do comércio para a economia brasileira e reforçou a necessidade da união de esforços entre as entidades representativas, a fim de cobrar do governo medidas que venham efetivamente impulsionar a economia e retomar o crescimento.