Ao contrário de grande parte dos municípios brasileiros, o mercado de trabalho em Chapecó vive um estágio de grande oferta de vagas e falta de mão de obra. Estima-se que na indústria de processamento de carnes, na construção civil, no setor de serviços e na área das empresas de tecnologias exista mais de 3.000 postos de trabalho a espera de candidatos.
Essa situação também afeta o comércio, observa o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Chapecó (CDL), Clóvis Afonso Spohr. “Neste ano não vamos falar em criação de vagas temporárias para o período de Natal e fim de ano, mas sim da necessidade de contratação de recursos humanos para o quadro funcional permanente das lojas”, expõe.
A matriz econômica de Chapecó está diversificada, mas a locomotiva continua sendo a agricultura e a agroindústria, setores que cresceram durante a pandemia do novo coronavírus que afetou todos os continentes. A construção também se acelerou nesse período, estimulada pela condição de polo regional que o município desfruta, através da qual atrai a poupança regional na forma de capitais financeiros investidos no setor imobiliário local.
Como reflexo dessa pujança, o comércio sofreu menos os impactos da pandemia e, apesar de não ser tão intensivista em mão de obra como os frigoríficos, continuou empregando. O dirigente avalia que existem cerca de 1.000 vagas no comércio local que precisam ser preenchidas em caráter definitivo e não apenas para o período das festas de fim de ano.
Spohr explica que Chapecó vive um “apagão de mão de obra” porque sua taxa de crescimento se manteve e o combate aos efeitos da pandemia foi mais eficiente do que na maioria dos municípios brasileiros. Por outro lado, as vagas existentes demonstram a singular condição da economia local. “Estamos otimistas e confiantes, isso para o comércio significa segurança e possibilidade de novos investimentos a partir de 2022”.
O presidente da CDL Chapecó acredita que a melhoria dos indicadores econômicos e do ambiente de negócios – na esfera regional – influenciará positivamente o comportamento do consumidor neste fim de ano. Essa condição refletirá no aumento da vendas natalinas que deve variar entre 8% e 10%.
Spohr aponta que, embora as reformas estruturantes não tenham avançado como a sociedade esperava, a MP da Liberdade Econômica desburocratizou e destravou centenas de atividades econômicas que não necessitam mais de licenciamento prévio.