O Brasil vive um período eleitoral no qual serão definidos os rumos do País, principalmente no que diz respeito a economia. “Encerramos uma crise no início de 2017, mas ainda sentimos os efeitos dela, especialmente em relação ao mercado de trabalho que continua fraco, e isso tem impacto negativo para o comércio uma vez que os consumidores estão com o orçamento apertado e acabam consumindo de maneira moderada”, destacou a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil, Marcela Ponce Kawauti. A explanação ocorreu durante o almoço “Prato do Dia” promovido nesta quinta-feira (20), pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Chapecó (CDL) e o Sindicato do Comércio da Região de Chapecó (Sicom).
O evento reuniu empresários e lideranças ligadas ao comércio chapecoense. Segundo Marcela, o País ainda vive a sensação da crise o que faz com que os lojistas tenham cautela no momento de fazer investimentos ou efetuar a contratação de profissionais. “Porém, em 2019 esse cenário deve começar a mudar. A expectativa é de que ocorra um crescimento na economia de 2%, acima do esperado para 2018 que é de 1%, o mesmo do ano anterior. Isso porque viveremos um momento de destrave da economia que pode ser maior ou menor dependendo do resultado das eleições”, ressaltou.
A economista-chefe observou, ainda, que alguns dos fatos que interferem na recuperação da economia é o índice de inadimplência que atualmente no Brasil é de 63 milhões de pessoas. Diante disso, Marcela explicou que é preciso que ocorra retomada na oferta de vagas de trabalho para que, consequentemente, aumente o poder de compra e o consumo. “Será uma recuperação lenta e gradativa e a tendência é de que em 2021 a economia deve terminar de recuperar as perdas da crise”.
Marcela citou um diferencial positivo em relação ao Sul do Brasil, destacando que entre as regiões é a que menos possui inadimplentes. “Enquanto no Brasil é de 40%, no Sul a média é de 36%, o menor número de pessoas negativadas. Isso se atribuiu ao fato de ser uma região com índices de crescimento ao longo dos anos, além de ter como base econômica a agricultura, único setor que não foi fortemente atingido pela crise, o que contribui para estabilizar a situação no Estado”, reforçou.
Com relação a postura dos empresários, Marcela disse que deve ser de otimismo cauteloso. “No segundo semestre temos as principais datas comemorativas, principalmente o Natal, assim como o Dia das Crianças e a Black Friday que tem ganhado força e pode contribuir para o crescimento de vendas. “O empresário deve utilizar esse apelo comercial para atrair o consumidor dando atenção especial ao que ele precisa e se adaptando ao momento econômico, oferecendo produtos e formas de pagamento adequadas para fidelizar o cliente”, complementou.
O diretor do 4º Distrito da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC) e diretor conselheiro da CDL Chapecó José Carlos Benini falou em nome da entidade e reafirmou a incerteza que o País vive em relação as eleições. “Passamos por momentos de dificuldade e no comércio não foi diferente. Por isso, devemos atentar ao que ocorrerá no Brasil daqui para frente, agindo com prudência, mas confiantes de que os próximos anos serão melhores para esse setor que é tão representativo para e economia”.
O presidente do Sicom, Marcos Antônio Barbieri, salientou que é fundamental a união de forças do comércio e suas entidades representativas para que, juntos, as dificuldades possam ser superadas, vislumbrando iniciativas que fortaleçam o setor e contribuam para o crescimento da economia.