35% dos inadimplentes não fazem controle das contas e dos gastos, revela pesquisa CNDL/SPC Brasil

Por: CNDL Brasil 23 de julho de 2024

35% dos inadimplentes não fazem controle das contas e dos gastos, revela pesquisa CNDL/SPC Brasil

Entre os que controlam o orçamento, a forma mais utilizada é o caderno de anotações. 53% dos inadimplentes admitem que gastam mais dinheiro do que o orçamento permite

A alta inadimplência no Brasil é um reflexo tanto da situação socioeconômica do país quanto da forma como o brasileiro administra suas finanças. De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, realizada com brasileiros com contas em atraso há pelo menos três meses, 35% dos inadimplentes residentes nas capitais do país admitem que não fazem gestão dos próprios ganhos e gastos, sobretudo porque fazem o controle de cabeça (21%).

As principais razões da falta de controle orçamentário citadas pelos inadimplentes são: já ter feito e não achar que ajudou (18%), não ter disciplina para controle dos gastos (15%), falta de tempo (15%), acreditar que apenas a conta de cabeça funciona (15%) e não saber fazer (13%).

“É preocupante que um percentual tão expressivo da população não utilize um método sistemático para organizar as próprias contas e gastos. Não importa a ferramenta, o importante é que o consumidor não se desorganize financeiramente. Algumas pessoas têm facilidade com planilhas ou aplicativos, mas outras não. O fundamental é sempre registrar tudo o que se ganha e se gasta, e jamais confiar na memória porque ela falha”, alerta o presidente da CNDL, José César da Costa.

O levantamento mostra ainda que seis em cada dez entrevistados (65%) administram o orçamento usando principalmente um caderno de anotações (32%) e planilha no computador (18%).

Entre estes, os itens mais controlados são despesas essenciais tais como mantimentos, luz, água, aluguel, condomínio, mensalidades (87%), os rendimentos considerando a soma de todo dinheiro que recebe como salário, mesadas, aluguéis, “bicos”, pensão, aposentadoria (84%), as prestações de compras a serem pagas (78%) e gastos não essenciais como salão de beleza, lazer, saídas a bares e restaurantes, lanches, taxi, roupa, presentes (63%).

Em relação à educação financeira, 42% dos inadimplentes consideram seu conhecimento sobre administração do orçamento regular, 40% ótimo ou bom e 17% ruim ou péssimo.

53% dos inadimplentes admitem que gastam mais do que o orçamento permite

De acordo com a pesquisa, mais da metade dos inadimplentes (53%) admitem que gastam mais dinheiro do que o orçamento permite, enquanto 46% quase sempre cedem aos seus impulsos quando querem muito comprar algo e 40% se endividaram porque o prazer de comprar é maior do que seu controle financeiro.

Outro dado que chama a atenção diz respeito à relação das emoções dos consumidores com o ato de comprar, uma vez que 38% afirmam que algumas vezes acabam fazendo compras não planejadas para se sentirem melhores e se valorizar e 35% admitem que navegar nas redes sociais com frequência os fazem comprar sem pensar se terão condições de pagar.

“As emoções são um fator determinante de como o dinheiro é usado. Percebe-se pela pesquisa que a falta de controle financeiro está muitas vezes ligada à situação emocional e crenças sobre o dinheiro do consumidor, sobretudo no que diz respeito ao consumo por impulso”, destaca Costa.

De acordo com os entrevistados, 35% dizem que as pessoas afirmam que eles compram demais e 29% concordam que gastam mais do que podem acumulando dívidas para acompanhar o padrão de vida de amigos.

O convívio social também impacta o consumo e as dívidas: 47% concordam que se sentem pressionados a gastar mais quando estão com a família e amigos e 41% frequentemente gastam mais do que podem nas compras para satisfazer as vontades do cônjuge, namorado(a) e/ou filhos.

METODOLOGIA

Público-alvo: Consumidores com contas em atraso há mais de 3 meses, de todas as capitais brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas.

Método de coleta: pesquisa realizada via web e pós-ponderada por sexo, idade, estado, renda e escolaridade.

Tamanho amostral da Pesquisa: 624 casos, gerando uma margem de erro no geral de 3,92 p. p. para um intervalo de confiança a 95%.

Data de coleta dos dados:  18 a 27 de março de 2024.

SOBRE A PORTA-VOZ

MERULA BORGES: Especialista em investimentos e risco pela Fundação Getúlio Vargas, especialista em Gestão de Negócios pelo IBMEC, bacharel em Administração de Empresas. Com mais de 12 anos de experiência na área financeira, atualmente exerce a função de coordenadora financeira e administrativa na Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.

INFORMAÇÕES À IMPRENSA

Marina Barbosa
(61) 9 8340 0257
imprensa@cndl.org.br

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