Pesquisa realizada pela Adtail Newblue e pelo E-commerce Brasil mostrou que 72% dos varejistas acreditam que no segundo semestre de 2020 haverá um crescimento de vendas ainda maior em relação aos seis primeiros meses deste ano. O comércio eletrônico encerrou o primeiro semestre com alta de 145% nas vendas, no comparativo com o mesmo período de 2019, segundo o estudo “E-commerce na Pandemia”, realizado pela plataforma Nuvemshop.
A pesquisa revela ainda que 53,1% dos entrevistados pretendem aumentar os valores investidos antes da pandemia e 19,6% devem diminuir os investimentos. “O Brasil em 2019 tinha 4% do varejo nacional online. A estimativa é que este ano a gente passe dos 10%”, explica Felipe Dellacqua, VP de vendas e sócio da Vtex, plataforma de Cloud Commerce.
Dados da Abcomm mostram ainda que o e-commerce ganhou ao menos 4 milhões de novos clientes e teve um salto de 400% na venda online de brinquedos, 200% em artigos esportivos e 80% na venda de cosméticos.
Segundo Felipe Dellaqua, antes da crise, devido ao novo coronavírus, um dos motivos que levavam muitos empresários a não migrarem para o online era o comodismo. “Se a loja física vende bem, o dono não vê motivo de abrir novo canal de vendas. Se fosse abrir, seria uma loja física nova. Mas a crise que fechou diversas lojas pelo país criou a necessidade de continuar vendendo, o que durante um período só foi possível virtualmente”, diz.
Em relação ao futuro, o especialista em e-commerce acredita que o comercio digital é mesmo um caminnho sem volta. “Com certeza, os empresários ficam no mercado online, em que eles também podem ter muitos ganhos. Muitas pesquisas dizem que essa crise viral pode voltar daqui alguns meses ou anos causando uma nova quarentena. Ninguém sabendo disso vai montar loja virtual e fechar depois. Muitas empresas que passaram por essa crise sem sofrer tanto foram empresas com canais digitais robustos. Além disso, esses empresários enxergaram o potencial de aumentar o número de clientes com operação mais otimizada e enxuta tendo faturamento maior”, comenta.
E é o que está acontecendo. Estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo mostrou que os brasileiros aumentaram suas compras online, passaram a usar meios digitais de pagamentos e devem continuar com esses hábitos de consumo no pós-pandemia. Segundo os dados, 61% dos clientes que compraram online durante a quarentena aumentaram o volume de compras devido ao isolamento social e 70% disseram que pretendem continuar comprando mais pela internet do que faziam antes da covid-19.
Para o diretor jurídico da ABComm, Guilherme Martins, houve uma evolução tecnológica muito grande nos últimos 30 anos que permitiu esse modelo atual de varejo digital em termos de segurança do processo, expansão dos meios de pagamento, acessibilidade e aspecto logístico.
“Com a pandemia, houve um cenário disruptivo sem volta. Até aqueles que não eram habituados a comprar em ambiente eletrônico se viram em alguma situação obrigados a fazê-lo. Eficiência, preço e segurança acabaram sendo determinantes para mudar essa mentalidade, atrelada à questão tecnológica e ao apoio jurídico que vem por trás disso, que é a regulamentação dos direitos do consumidor”, afirmou Martins.
Fonte: Varejo S.A