Lojistas intensificam vendas online e condicionais em Chapecó

A crise sanitária da covid-19, desencadeada em março no Brasil, atingiu em cheio todos os segmentos da economia nacional e foi ainda mais danosa para quatro setores: comércio, turismo, eventos e transporte. Desde o início da pandemia, o varejo total no Brasil teve redução de -28,9% no período acumulado, com queda recorde registrada em abril: -16,8%. Porém, os dados econômicos de maio e início de junho mostram ligeira recuperação econômica, uma injeção de ânimo para empresários e comerciantes que têm buscado estratégias para salvar o ano.

Em Chapecó, o comércio tem se adaptado à nova realidade imposta pela pandemia, com atendimento às medidas de prevenção e reorganização da rotina e do planejamento anual. Enquanto aguarda o retorno gradual do consumo, o setor está apostando em duas formas de compensar a ausência de clientes nas lojas: vendas online e condicionais.

A empresária Rosângela Pacheco (Stilo Vip/Nakisska) intensificou o uso das redes sociais para atrair clientes na sua loja de confecções voltada ao público feminino. Com posts que indicam looks completos e vídeos de combinações de roupas no Instagram, o estabelecimento alcançou vendas em todo o Brasil, com destaque para novos clientes da região e de fora do Estado como em Minas Gerais, Salvador e Bahia.

“Já usávamos as redes sociais, mas de forma menos acentuada. A pandemia nos acordou para a necessidade do melhor uso da internet, que tem compensado um pouco as vendas neste período”, destaca Rosângela ao contar que a crise sanitária reduziu em 30% as vendas em maio, número melhor que o nacional apresentado pelo setor de vestuário no período: -70%. A chegada do frio deixa a empresária otimista para a melhora em junho e julho e o lançamento da nova coleção de verão 2021 – a partir de setembro – é a grande aposta para a real retomada do consumo.

VENDAS CONDICIONAIS

Outra opção que os lojistas estão encontrando para facilitar as vendas no período é a condicional. Rosângela entrega pessoalmente as peças a domicílio, encomendadas pelas clientes na cidade. Solange Miranda, da Loja Tigre Modas, tem serviço diferenciado de motoboy. Ela anuncia os produtos nas redes sociais e envia as peças selecionadas para os clientes interessados. A estratégia tem garantido vendas no período de retração.

“São facilidades que ajudam no momento em que as pessoas estão receosas em sair de casa. Além disso, estamos melhorando as condições de pagamento, concedendo descontos e criando promoções para atrair clientes”, relata Solange. Ela conta que a loja também teve queda nas vendas no período e que o frio deve aquecer o setor nos próximos meses. “Está difícil, tivemos prejuízos, mas não podemos desanimar, porque vai passar e as coisas vão melhorar”, projeta ela ao apontar os aprendizados deixados pela pandemia. “Precisamos ter um bom planejamento sempre e com os pés no chão, evitando estoque muito grande de produtos”, aconselha.

Ter fluxo de caixa e estar preparado para eventuais problemas são as lições da crise para a empresária Vera Maria De Marco Mascarello (Verità Moda). Ela atua no segmento de lingerie e moda praia e também sentiu os impactos da pandemia, apesar de pijamas, roupões, chinelos e roupas íntimas venderam bem no período de isolamento social e de home office. Mesmo assim, março e abril registraram queda de 30% nas vendas. A loja também apostou nas vendas condicionais, com entrega a domicílio, intensificadas pela maior exposição dos produtos na internet.

“Reforçamos o uso das redes sociais, mandamos fotos por WhatsApp, levamos as peças até a casa dos clientes e agendamos atendimento. Em maio as vendas reagiram, especialmente pelo fato do nosso segmento atender as necessidades do público que está trabalhando em casa”, ressalta Vera ao destacar que a estratégia atendeu à clientela regional.  Para ela, o principal aprendizado do momento está na gestão dos negócios. “Empresário tem que ter fluxo de caixa. Essa é a lição para qualquer crise”.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Chapecó, Clóvis Afonso Spohr, reforça que o setor está buscando estratégias para amenizar os impactos da crise e destaca a capacidade de resiliência e superação dos empresários locais.

“Desde o início da crise, os nossos lojistas não estão medindo esforços para cumprir as medidas preventivas, garantir segurança e contribuir na conscientização da população no município. Acredito na capacidade de resiliência e no poder de superação dos empresários que, mesmo diante das dificuldades impostas, estão buscando alternativas para manter seus negócios e os milhares de empregos que geram. A retomada da economia será lenta, mas ela virá”, ressalta.

 

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